Ai. É que hoje estou com dor de solidão bem aguda, assim, de mexer com os miolos.
Eu tenho em mim marcas de lembranças e de sustos bons, e finais inesquecíveis no sentido de idéia fixa mesmo. Ou de eternidade.
Vai ver é por isso que existem esses dias em que acordamos querendo escrever cartas para o passado, ou querendo um amigo novinho em folha, sinceridade inédita. Uma opinião nova sobre mim. Conforto.
Eu sou dessas menininhas de fita no cabelo, sabe. Essas que esperam na estação um trem que não vem. Alguém que não chega.
Eu sou a garota sentada no banco da praça com um livro e mais ninguém.
Eu penso muito.
Quando acordo com dor de solidão bem aguda assim falo muito em primeira pessoa, fico chata. Mas Deixa pra lá essa minha história, outro dia conto.
Agora vou ali aproveitar esse vazio quase assustador e quase gostoso.
Ele é meu, inteirinho meu.
_Marcelo Camelo & Mallu Magalhães - "Janta"