2.5.09

Não vá pensando que eu sou seu

E então você me olhou com olhos vitoriosos, já quase satisfeitos. Foi o erro responsável pelo desinteresse que viria logo depois, o erro irremediável. Me voltei para os teus assuntos fáceis já sem qualquer expectativa de calar a sua boca de algum jeito que não o tradicional, prolonguei o nosso riso tenso para provocar e só. E só, calculei os meus próximos passos, um tanto pesados demais para uma manhã de outono, minhas preferidas.
O que não foi dito em toda aquela conversa contínua e rítmica e eufórica, o que não soubemos fazer foi o silêncio, aquele constrangimento necessário, sabe do que falo? É.
Mas no seu abraço eu coube melhor do que pensava...
Eu quis transformar aquele discurso todo em uma lembrança mais interessante, mas foi então, foi então que você me olhou com os teus lindos olhos vitoriosos, essa parte já expliquei, né?

A segurança, tenho que dizer, me desencanta...Até a tua.


"Não faça assim, não faça nada por mim...Não vá pensando que eu sou seu..."

_Paula Toller - "Nada por mim"

3 comentários:

Laís disse...

Um texto soando auto-biográfico!
Porém com igual mágica do que se inventa, ótimo!

citrica disse...

para entender o que aqui fora dito, preciso de um vinho

Giovanna Filoso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.