12.7.08

Ingenuidade



Eu olhei a borboleta pousada no portão, como a observar as flores, atenta. Nem um movimentinho além, nenhum bater de asas precipitado.
Ela, dona borboleta, a aprender com as rosas e margaridas o enfeitar das cores, era toda aprendiz à espreita do mestre, interessada no ofício de colorir.
Que espetáculo mais bonito o fim da aula! Escondeu o corpinho esquisito embaixo das asas que mais pareciam pétalas levadas pelo vento, com um sem-fim de tons. Sumiu jardim afora...
Segredo descoberto: Será que as flores são borboletas que se cansaram de passear?
_Marcelo Camelo - "Liberdade"

3 comentários:

Priscila disse...

adorei a maneira de pensar... de repente é isso mesmo: "apenas cansaram de voar..."

Anônimo disse...

O lirismo que vi aqui me lembrou Caeiro, Cecília.

Parabéns pelo talento que nunca fenece!

Alessandra Castro disse...

Que lindas palavras e acho mesmo que ultimamente estou mais para flor do que borboleta.